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Até quando vamos aceitar a violência de quem deveria nos proteger?

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Por Gustavo Frasão

Imagine a cena: um homem está com o rosto no chão, algemado, sob o joelho de um policial truculento da Polícia Civil do Distrito Federal. Dentro do carro, no banco de trás, seu filho de apenas cinco anos grita desesperado, testemunhando o pai ser espancado, sem entender por quê.

Esse homem não é um criminoso, não portava armas, não ofereceu resistência. É um colega de trabalho, um pai que só tentou proteger seu filho quando um carro sem identificação começou a persegui-lo e fechá-lo no trânsito. Qualquer um de nós, no instinto de proteger quem amamos, poderia ter reagido da mesma forma. Eu reagiria. Eu fugiria. Eu protegeria meus filhos. Eu viraria bicho.

Mas os perseguidores eram policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente — uma ironia cruel para quem agiu de maneira tudo menos protetora com uma criança e seu pai. Em vez de diálogo, houve brutalidade. Em vez de identificação e abordagem adequada, houve violência covarde e gratuita. O pai foi arrancado do carro, jogado no chão e agredido fisicamente — tudo isso enquanto seu filho assistia, traumatizado, ao espetáculo grotesco.

O agente responsável pela agressão, identificado como Suppa, não é digno do distintivo que carrega. Um policial incapaz de manter o equilíbrio emocional numa situação como essa não deveria ter autorização para portar uma arma, muito menos representar o Estado. Se, em plena luz do dia, agiu com tamanha violência contra alguém sem crime algum, o que será que faz quando não há testemunhas?

É por isso que a implementação de câmeras corporais em agentes públicos não pode mais ser discutida como “opção” ou “possibilidade futura”. É uma necessidade urgente e inegociável. Elas são ferramentas que protegem tanto a população quanto os bons policiais — que não querem ter sua reputação manchada pela truculência dos despreparados.

O episódio revolta não apenas por sua violência, mas por sua banalidade. Porque amanhã pode ser comigo. Pode ser com você. Pode ser com qualquer cidadão que, ao se deparar com um carro sem identificação tentando interceptá-lo, toma a atitude natural de proteger a si e aos seus.

Até quando vamos normalizar o abuso de poder?
Até quando agentes despreparados vão usar o distintivo como escudo para seus descontrole e violência?
Até quando vamos silenciar diante do sofrimento de pais, mães, filhos, famílias inteiras, vítimas de quem deveria protegê-las?

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